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Arquitetos: Miralles Tagliabue EMBT
- Área: 400 m²
- Ano: 2019
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Fotografias:Lluc Miralles
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Fabricantes: Acor, American Hardwood Export Council, Andreu World, Arlex, Bover, Bulthaup, Cappellini, Casa Gay, Flos, Gan, Kettal, Kvadrat, Listone Giordano, Marset, Moroso, Mutina, Point, Roca, Santa & Cole, Teixidors, +1
Descrição enviada pela equipe de projeto. O Centro Kálida é um espaço de apoio emocional, social e prático para pessoas com câncer, seus familiares e amigos. É uma casa aberta a todos, com profissionais qualificados para oferecer ajuda, uma casa para conhecer outras pessoas, uma casa onde se pode encontrar um lugar tranquilo para tomar uma xícara de café.
O lote está localizado entre o novo hospital e o hospital modernista original. É paralelo à nova via definida pelo plano especial urbanístico e segue a orientação ortogonal do edifício moderno.
O projeto inclui um pequeno edifício de 400 m2 e uma área de jardim dentro da zona verde do projeto geral. O centro foi projetado como um pavilhão ajardinado, onde os limites entre interior e exterior se desfazem e variam. É um edifício que busca o conforto do usuário oferecendo intimidade, luz, reconhecimento e proteção dentro do jardim.
O edifício se organiza em dois pavimentos de 200 m² (aproximadamente), cada um dentro dos alinhamentos e da taxa de ocupação definidos no plano urbano especial. O acesso principal se dá através do pavimento do jardim (abaixo do solo de acordo com a cota de referência) com acesso direto à área de oncologia do novo hospital através de uma área pavimentada. Esta área também permite o acesso de veículos de bombeiros em casos de emergência. O jardim é protegido por uma série de muros, pérgolas e vegetação que permitem desenvolver as diversas atividades do centro.
O pavimento inferior é um espaço aberto e flexível, pensado como jardim, ou sequência de jardins, e pátios variados onde se encontram a cozinha, a sala de refeições, uma pequena biblioteca e uma sala multiuso que permite desenvolver diferentes atividades de apoio aos usuários. Cada parte é rodeada de verde. Os limites dos pátios, jardins, pérgolas e árvores propostos controlam as vistas a partir de qualquer ponto, na tentativa de fazer desaparecer o entorno hospitalar e, ao mesmo tempo, permitir o uso de áreas externas sem sentir-se observado dos edifícios altos que rodeiam o terreno.
O pavimento superior ("térreo" segundo a cota de referência) se encontra no nível de um novo percurso definido pelo plano urbanístico. Na área de entrada do pavimento inferior, está o hall; um passeio pelo jardim acompanha até o pátio de entrada. O nível superior se organiza ao redor do espaço duplo central da sala de refeições. O edifício acentua sua transparência na face sul, para os edifícios modernos, com um filtro de persianas de madeira e tramas cerâmicas para manter a intimidade.
A fachada do edifício é uma parede de tijolo cerâmico com cores, texturas e composições variadas, combinada com peças cerâmicas de cores e geometrias diferentes que transformam esta parede em um elemento a mais do jardim. Ela se transforma em uma trama cerâmica que permite filtrar a luz, controlar as vistas, ventilar e, ao mesmo tempo, seguir preservando a intimidade das pessoas do centro. Na fachada sul em direção aos edifícios modernos se situam as janelas protegidas também com persianas de madeira e elementos cerâmicos.
Segundo a ideia fundamental do projeto, o novo edifício cresce como novas flores coloridas no jardim do hospital original. O projeto se inspira na riqueza dos materiais, texturas, cores, geometrias e vegetação do hospital modernista. O desenho interpreta a linguagem original da arquitetura de Domènech i Montaner refletindo no novo jardim, nas fachadas e na cobertura.